LP12" Vinil
Edição de autor com distribuição da Rastilho
2018
2018
A história deste acerto de contas podia começar de várias maneiras. Por exemplo, com o momento em que cinco tipos a rondar os 40 anos resolvem entrar num estúdio para gravar o primeiro disco juntos. Ou quando os quatro se reencontram no casamento de um quinto e sentem por uns instantes como seria bom voltarem a ser uma banda. Ou até mesmo naquele pensamento insistente que nunca largou um deles, de que deviam concretizar o álbum tão desejado por aquele mesmo grupo quando ainda eram “uns putos irreverentes”. De uma forma mais linear, podíamos começar assim: mais de dez anos depois do último concerto, a formação inicial dos Oioai grava por fim o primeiro álbum de estúdio. Contam neste LP com um quinto elemento. E ainda com mais uns bons anos de vida, feitos de várias outras bandas, muitas centenas de concertos e descendência abundante, num total de oito filhos. O resultado, 12 faixas de rock’n’roll encorpado, que vão desde temas mais pessoais, como a perda de quem mais amamos, a reflexões sobre a passagem do tempo e um manifesto contra a exploração de petróleo na Costa Vicentina.
O casamento que agora faz parte da história de todos, no Verão de 2016, foi o de João Gil (Diabo na Cruz, You Cant’ Win Charlie Brown), o único membro novo desta formação. Os restantes são Pedro Puppe, João Neto, Bernardo Barata e João Pinheiro, os mesmos que se juntaram pela primeira vez em 2002 e que passaram o ano de 2004 a tocar todas as semanas no bar Europa, no Cais do Sodré, em Lisboa. “Eram concertos memoráveis, ‘de vida ou de morte’”, lembra Puppe. Barata e Pinheiro abandonariam a banda mesmo antes do contrato com a EMI. Entre 2006 e 2009, os Oioai lançariam dois álbuns, “Oioai” e “Pela Primeira Vez”. Depois disso, encetariam outros projectos.
Mesmo quando a ideia é resolver o passado ou fumar o cachimbo da paz, há sempre o risco de a história se repetir. Sobretudo quando já se passou por tanto rock’n’roll juntos. Ainda assim, Puppe, depois de vários trabalhos a solo e com formações mais pequenas, como Miúda, não tem dúvidas: “Já compensou. Queria voltar a ter a sensação ‘de banda’ que só tive com eles. É um disco que tem cá muita amizade dentro.” E continua: “Ter uma banda é simultaneamente a melhor e a pior coisa do mundo. É ter quatro namoradas ao mesmo tempo, mas também sentir que estão cinco pessoas a trabalhar para a mesma coisa.”
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