É finalmente lançada a edição física de "Não Sei Do Que É Que Se Trata, Mas Não Concordo!", anunciado há uma boa meia-dúzia de anos, mas, por vicissitudes várias, só em 2025 chegando aos escaparates.

 

Quando se assinalam as cinco décadas da estreia de Vitorino em disco, trata-se, também, do seu regresso aos álbuns de originais, algo de extremamente raro na sua discografia dos últimos 30 anos, marcada pela participação em colectivos como Rio Grande ou Tais Quais, bem como por projectos de revisão de carreira ou pela exploração do cancioneiro cubano e do tango argentino.

 

Autor e intérprete incontornável na história da música popular portuguesa, e senhor de uma obra tão ecléctica quanto coerente, dá aqui voz a poemas de António Lobo Antunes, Carlos Mota de Oliveira, Florbela Espanca, José Jorge Letria ou Miguel Torga, e conta com a participação de Cuca Roseta no tema 'Para Quando Eu Te Encontrar'. No seu estilo inconfundível, Vitorino regressa àquilo que sempre conseguiu preconizar excepcionalmente bem, não só enquanto solução para a arte como igualmente para a vida em sociedade: vislumbrar no que parece arcaico sinais do futuro, e evidenciar no mais moderno as marcas do saber antigo.