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Porque também o rock teve uma vida, não faria sentido mergulhar nele sem ter a sua história para contar — em dez músicas, e a cumprir os cânones com os devidos excessos de um disco conceptual, mas sem os abusos decadentes que os levaram a pensar numa narrativa, os Stone Dead personificam o rock na pele de Tony Blue, que vive a sonoridade de cada canção do berço até à campa.
Porque também o rock teve uma vida, não faria sentido mergulhar nele sem ter a sua história para contar — em dez músicas, e a cumprir os cânones com os devidos excessos de um disco conceptual, mas sem os abusos decadentes que os levaram a pensar numa narrativa, os Stone Dead personificam o rock na pele de Tony Blue, que vive a sonoridade de cada canção do berço até à campa.
“Good Boys” é o documento que faltava no rock nacional, um registo em que uma banda soa a tal e não disputa atenções. O ciclo electrificante do rock, com a guitarra em punho a puxar na mesma direcção que um baixo proeminente e detalhado com vários apontamentos de melodia, encontra uma nova vida no registo da banda de Alcobaça, que parece ter frequentado todas as escolas de riffs de 66 a 77. Sem se ficarem pelo revivalismo, os Stone Dead beberam de todas fontes certas para criar um curso próprio, em que cada rasgo de guitarra joga com os rendilhados de baixo e com a catadupa incontível da bateria; em que a estranheza psicadélica se insinua de forma quase lânguida às sinapses; em que os ganchos pop não ganham à pujança rock.
Quem disse que o rock estava morto não ouviu Stone Dead. Pese embora a ironia da afirmação na altura de se ouvir “Good Boys” em 2017, o ouvinte será impelido a encarar a viagem nos sapatos de Tony Blue de duas maneiras: ora como entrar num buraco negro com saída directa para o PA de Woodstock, ora como o escrever da lacuna sonora latente no rock português.
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