MÃO MORTA + PEDRO SOUSA = TRICOT
 
Formados em Braga em Novembro de 1984, os Mão Morta estrearam-se ao vivo em Janeiro do ano seguinte no Orfeão da Foz, no Porto, e, depois de em 1986 terem ganho o Prémio de Originalidade no III Concurso de Música Moderna do RRV, em Lisboa, editam o seu primeiro álbum, homónimo, em 1988. Aplaudidos pela imprensa musical e com uma crescente legião de fãs, rapidamente se tornam um grupo de culto, colhendo rasgados elogios de personalidades tão diversas como Nick Cave ou Jello Biafra (Dead Kennedys). Com uma vasta discografia – grande parte dela reiteradamente incluída nas listas de melhores discos do ano ou de sempre da música portuguesa –, várias participações nos grandes eventos musicais do país (Paredes de Coura, Alive, Rock in Rio, Primavera Sound, Reverence…) e algumas passagens por Espanha, França, Itália ou Brasil, os Mão Morta fintam a longevidade usando-a como combustível para a sua permanente irreverência e originalidade, criando pontes e cooperações que lhes vão dando inesperadas aventuras dentro e fora da música, seja na realização de espectáculos multimédia singulares (cfr. Müller no Hotel Hessischer Hof ou Maldoror), na dinamização de projectos comunitários (cfr. os musicais Então Ficamos… para a Capital Europeia da Cultura Guimarães-2012 ou Chão para as Comédias do Minho), na incursão por disciplinas como a dança e o cinema (cfr. a coreografia No Fim Era o Frio com Inês Jacques ou os filmes-concerto com as curtas de Maya Deren ou as longas A Casa na Praça Trubnaia de Boris Barnet ou Rapsódia Satânica de Nino Oxilia) ou no estabelecimento de inopinadas colaborações (como com o Remix Ensemble para o centenário do Theatro Circo). Não foi pois estranho que à convocatória Esfera, arquitectada por André Tentúgal e Henrique Amaro, tenham querido novamente ouvir algo novo de si próprios ao dialogar com Pedro Sousa, um saxofonista emergente ligado ao jazz e à música mais exploratória. Foi assim que gravaram um pequeno máxi-single de três temas e que depois levaram essa colaboração para palco, para uma série de três concertos que aconteceram em Janeiro de 2023 na Culturgest, em Lisboa, e no GNRation, em Braga. Desses concertos resultou este álbum Tricot, que nos dá um mundo novo em expansão e nos mostra, em todo o seu esplendor, um conjunto de músicos apaixonados pelo risco e pela euforia do recomeço.
 

Músicos
Adolfo Luxúria Canibal – voz
Miguel Pedro – electrónica, bateria, percussões
António Rafael – electrónica, teclas, guitarra
Vasco Vaz – guitarra
Ruca Lacerda – guitarra, percussões processadas, efeitos de voz
Rui Leal – baixo, contrabaixo
Pedro Sousa – saxofone

Ficha Técnica
- Gravado por Mário XL na Black Box do GNRation, em Braga, no dia 21 de Janeiro de 2023, e o som de sala no Grande Auditório da Culturgest, em Lisboa, no dia 19 de Janeiro de 2023.
- Misturado por Ruca Lacerda no Largo Recording Studio, no Porto, entre 15 de Fevereiro e 15 de Março de 2023.
- Masterizado por Frederico Cristiano no Mechanical Heart Mastering Sessions, em Braga, entre 21 de Março e 12 de Abril de 2023.
Capa com desenho de José Carlos Costa e grafismo de Sónia Teixeira Pinto.
 
Tracklist CD | 2LP
INTRO (Miguel Pedro)
COM AS PRÓPRIAS TRIPAS (Adolfo Luxúria Canibal / Miguel Pedro)
A DANÇA DAS RAPARIGAS (Adolfo Luxúria Canibal / António Rafael)
DIAS DE ABANDONO (Adolfo Luxúria Canibal / Miguel Pedro)
CÉU-DA-BOCA (Adolfo Luxúria Canibal / Miguel Pedro)
AS ARANHAS (Adolfo Luxúria Canibal / Miguel Pedro)
DESAFINADO (Miguel Pedro)
SOZINHO COM O TÉDIO (Adolfo Luxúria Canibal / Miguel Pedro)
APRENDEMOS A RIR (Adolfo Luxúria Canibal / António Rafael)
PÚBLICO - APLAUSO

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