"“Fiquei deslumbrado. Aquilo era a Amália toda inteira“... assim descreve Vitor Pavão dos Santos o seu encontro com os versos de Amália. Assim fiquei eu também quando os li. A ideia de Manuela de Freitas para que musicasse parte destes originais ajudou-me a encontrar a forma certa para uma homenagem a Amália, ao fado e aos fadistas.Tantas canções que não teria composto se não fossem eles. Musicar versos de Amália e cantá-los a meu jeito, foi o ponto de partida.
Em termos artísticos tive o privilégio de contar com o desmesurado talento e dedicação de três pessoas de excepção: José Mário Branco que com a direcção musical, arranjos e composição ajudou a criar a paisagem sonora (variada e única) para as palavras de Amália; José Martins, que com os seus arranjos em temas meus ligados a um bestiário popular e bem humorístico, ajudou a levar as palavras para um lado mais telúrico e experimental.
Algumas canções roçam o fado. Outras foram beber à tradição rural, às músicas do mundo ou à canção de texto. Outras ainda, são de todo o lado e nenhum, pontuando comicidades e afectos decorrentes do que Amália nos descreve com uma intensidade que só os grandes herdeiros de um património milenar são capazes de transmitir." - Amélia Muge
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