Finalmente é editado a 26 de Abril´2011 o segundo album dos Allstar Project, a melhor banda do pos-rock nacional. Depois do aclamado "Your Reward...A Bullet" de 2007 a banda de Leiria regressa em 2011 com um novo album.
Oito temas, edição em Digipack limitada com código de acesso a conteúdos exclusivos e extras no site da banda. Uma edição obrigatória!
"Quis o destino, o alinhamento de astros, o acaso ou, eventualmente, a intencionalidade, que “Into The Ivory Tower”, o novo e segundo álbum dos The Allstar Project (TAP), visse a luz do dia numa altura em que a banda celebra a sua primeira década de existência. E que melhor poderíamos ter para assinalar esta efeméride senão o melhor trabalho do colectivo até à data?
“Into The Ivory Tower” é um portentoso trabalho de minúcia estética, a que não falta sequer uma mística alusão bíblica - patente no título do disco - nem um aconchego poético de reminiscência obscurantista – este, muito por culpa do poema “Darkness” de Lord Byron que podemos escutar em “Not All A Dream”. O disco começa por ser, antes mesmo de o ouvirmos, uma peça que dá gosto ter entre mãos, muito por culpa do trabalho gráfico da Maça Mecânica, mas é a sua audição que torna esta edição da Rastilho Records num verdadeiro objecto de culto.
Dois EP’s e um álbum depois, os TAP estão no “ponto”. A sua música cunhou-se de personalidade e apurou-se de tal forma que é agora inconfundível, sem paralelo no território português e, decididamente, de linguagem universal, pronta a ser mostrada sem qualquer melindre onde quer que se ouça música cujo padrão de qualidade seja um “ponto de honra”.
“Into The Ivory Tower” faz jus à música fílmica que sempre caracterizou os TAP, mas eleva-a a um patamar, dramático e emotivo, novo no seio da banda. As paisagens sonoras já não são de longas e lentas incursões desérticas ou de epopeias galácticas contemplativas. São agora de avassaladoras tempestades, de águas agitadas, de visões e de cenários apocalípticos, de farpas agrestes, e de catárticas rebeliões - como muito bem ilustra o espantoso desenho de Thomas Cole na capa do disco. Mas, no meio do vendaval sónico esmerilado e polido, continuam a irromper a bonança, a esperança, e novos raiares de sol. Ouça-se “Pyramidal” ou o apoteótico e grandioso “Light For A Thousand Nights” – tema que encerra o disco de forma brilhante – e perceba-se o que aqui se afirma.
Na muralha de três guitarras, construída por camadas autónomas, vislumbra-se agora com maior nitidez a filigrana, reveladora do descarado primor técnico que cada músico dos TAP revela hoje. Esta excelência de apuro é naturalmente extensível à secção rítmica que continua inventiva, competente, e determinante nas variações que a banda opera em cada tema, como por exemplo no lindíssimo “Alignment” - uma composição de ambientes bizantinos e levemente arábicos, com o violino da convidada Filipa Cortesão a conferir o adorno certo a uma peça que encerra em si uma misteriosa portugalidade, coisa que se sente e que dificilmente se explica...
A música dos TAP sempre causou no ouvinte um certo suspense, quebrado quase sempre através de explosões sónicas - epílogos naturais de uma música feita de crescendos vários. Em “Into The Ivory Tower” essas explosões acontecem mas num formato mais requintado, sem excessos supérfluos, num aprumo próprio de um colectivo a gozar de plena maturidade...
O que mais espanta no novo álbum dos TAP é a qualidade das composições em si, com melodias que nos ficam na memória como se de canções convencionais se tratasse. Temas como “Neighbour Of The Beast”, “Off Axis”, ”Shiffting Poles” ou “Advent” são paradigmáticos, tão memorizáveis como qualquer canção de estirpe pop, mas tão prodigiosamente distantes desse mesmo desiderato estético. É essa a magia da actual faculdade musical deste colectivo português de obra totalmente exportável.
“Into The Ivory Tower” mostra-nos, pois, uns The Allstar Project mais distantes dos cânones herméticos do pós-rock “tradicional”, sendo um disco que abre portas a um estilo que, embora não estivesse moribundo, carecia de um abanão que lhe conferisse novas soluções, novas direcções, novos protagonistas...
Escutar “Into The Ivory Tower” é embarcar numa viagem de sensações e tipologias incomuns, é privar com uma criação de arrojo superior, propícia simultaneamente ao arrepio e ao deslumbre, por vezes de pêlo rijo na venta, noutras com o mais perfeito e suave dos escanhoados. “Into The Ivory Tower” é um trabalho deliciosamente negro que jamais repele. É, acima de tudo, uma obra assombrosa e a prova cabal de que os The Allstar Project, possuem, aos dez anos de idade, um território demarcado e fortemente personalizado. Coisa, aliás, que só está ao alcance de escassos alguns.. " Carlos Matos
Oito temas, edição em Digipack limitada com código de acesso a conteúdos exclusivos e extras no site da banda. Uma edição obrigatória!
"Quis o destino, o alinhamento de astros, o acaso ou, eventualmente, a intencionalidade, que “Into The Ivory Tower”, o novo e segundo álbum dos The Allstar Project (TAP), visse a luz do dia numa altura em que a banda celebra a sua primeira década de existência. E que melhor poderíamos ter para assinalar esta efeméride senão o melhor trabalho do colectivo até à data?
“Into The Ivory Tower” é um portentoso trabalho de minúcia estética, a que não falta sequer uma mística alusão bíblica - patente no título do disco - nem um aconchego poético de reminiscência obscurantista – este, muito por culpa do poema “Darkness” de Lord Byron que podemos escutar em “Not All A Dream”. O disco começa por ser, antes mesmo de o ouvirmos, uma peça que dá gosto ter entre mãos, muito por culpa do trabalho gráfico da Maça Mecânica, mas é a sua audição que torna esta edição da Rastilho Records num verdadeiro objecto de culto.
Dois EP’s e um álbum depois, os TAP estão no “ponto”. A sua música cunhou-se de personalidade e apurou-se de tal forma que é agora inconfundível, sem paralelo no território português e, decididamente, de linguagem universal, pronta a ser mostrada sem qualquer melindre onde quer que se ouça música cujo padrão de qualidade seja um “ponto de honra”.
“Into The Ivory Tower” faz jus à música fílmica que sempre caracterizou os TAP, mas eleva-a a um patamar, dramático e emotivo, novo no seio da banda. As paisagens sonoras já não são de longas e lentas incursões desérticas ou de epopeias galácticas contemplativas. São agora de avassaladoras tempestades, de águas agitadas, de visões e de cenários apocalípticos, de farpas agrestes, e de catárticas rebeliões - como muito bem ilustra o espantoso desenho de Thomas Cole na capa do disco. Mas, no meio do vendaval sónico esmerilado e polido, continuam a irromper a bonança, a esperança, e novos raiares de sol. Ouça-se “Pyramidal” ou o apoteótico e grandioso “Light For A Thousand Nights” – tema que encerra o disco de forma brilhante – e perceba-se o que aqui se afirma.
Na muralha de três guitarras, construída por camadas autónomas, vislumbra-se agora com maior nitidez a filigrana, reveladora do descarado primor técnico que cada músico dos TAP revela hoje. Esta excelência de apuro é naturalmente extensível à secção rítmica que continua inventiva, competente, e determinante nas variações que a banda opera em cada tema, como por exemplo no lindíssimo “Alignment” - uma composição de ambientes bizantinos e levemente arábicos, com o violino da convidada Filipa Cortesão a conferir o adorno certo a uma peça que encerra em si uma misteriosa portugalidade, coisa que se sente e que dificilmente se explica...
A música dos TAP sempre causou no ouvinte um certo suspense, quebrado quase sempre através de explosões sónicas - epílogos naturais de uma música feita de crescendos vários. Em “Into The Ivory Tower” essas explosões acontecem mas num formato mais requintado, sem excessos supérfluos, num aprumo próprio de um colectivo a gozar de plena maturidade...
O que mais espanta no novo álbum dos TAP é a qualidade das composições em si, com melodias que nos ficam na memória como se de canções convencionais se tratasse. Temas como “Neighbour Of The Beast”, “Off Axis”, ”Shiffting Poles” ou “Advent” são paradigmáticos, tão memorizáveis como qualquer canção de estirpe pop, mas tão prodigiosamente distantes desse mesmo desiderato estético. É essa a magia da actual faculdade musical deste colectivo português de obra totalmente exportável.
“Into The Ivory Tower” mostra-nos, pois, uns The Allstar Project mais distantes dos cânones herméticos do pós-rock “tradicional”, sendo um disco que abre portas a um estilo que, embora não estivesse moribundo, carecia de um abanão que lhe conferisse novas soluções, novas direcções, novos protagonistas...
Escutar “Into The Ivory Tower” é embarcar numa viagem de sensações e tipologias incomuns, é privar com uma criação de arrojo superior, propícia simultaneamente ao arrepio e ao deslumbre, por vezes de pêlo rijo na venta, noutras com o mais perfeito e suave dos escanhoados. “Into The Ivory Tower” é um trabalho deliciosamente negro que jamais repele. É, acima de tudo, uma obra assombrosa e a prova cabal de que os The Allstar Project, possuem, aos dez anos de idade, um território demarcado e fortemente personalizado. Coisa, aliás, que só está ao alcance de escassos alguns.. " Carlos Matos
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